Ucrânia diz que 300 pessoas morreram em ataque russo ao teatro de Mariupol

Ucranianos chegaram a escrever a palavra ‘crianças’ em russo, nos arredores do local, para evitar um bombardeio

Ao menos 300 pessoas morreram após o ataque russo em um teatro de Mariupol, na Ucrânia, no dia 16 de março, segundo informaram as autoridades da cidade nesta sexta-feira (25).

De acordo com os líderes locais, o lugar abrigava cerca de 1300 pessoas quando foi atingido por bombardeios. No momento do ataque, apenas 150 conseguiram sair dos escombros.

Mariupol é uma das cidades mais afetadas pelo invasão russa e, por conta disso, não há serviços de emergência operando.

Na ocasião, o Ministério da Defesa da Rússia negou a autoria do ataque e informou que civis não eram alvos da “operação militar especial”.

Imagens de satélite registradas antes do bombardeio mostram que os ucranianos escreveram a palavra “crianças” em russo, nos arredores, como um alerta que evitasse bombardeios na região.

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia

A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.

Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.

Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.

Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.

A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.

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