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Bolsa tem nova queda e Petrobras sobe após EUA proibir petróleo da Rússia

Em um dia de recuperação parcial das empresas do ramo petrolífero na Bolsa de Valores brasileira após a decisão do presidente americano, Joe Biden, de proibir a importação de petróleo da Rússia pelos Estados Unidos, quedas no setor das commodities metálicas (minério de ferro e aço, principalmente) levaram o mercado acionário do país a fechar no vermelho.

Em um dia de altos e baixos, o índice de referência da Bolsa caiu 0,35%, a 111.203 pontos. É a quarta queda consecutiva do Ibovespa. Nesta segunda (7), houve um tombo de 2,52% devido à disparada do preço do petróleo e o consequente crescimento da pressão política para mudanças na política de preços da Petrobras.

Nesta terça, porém, o mergulho de 4,39% da mineradora Vale foi o principal responsável pela baixa do Ibovespa. Também relacionadas ao ramo dos metais, as ações de CSN (-4,80%), CNS Mineração (-3,69%) e Bradespar (-2,86%) encabeçaram a lista dos piores resultados da sessão.

Rumores sobre uma possível intervenção da China para conter a alta do minério de ferro, que foi acelerada pela guerra, além do momento de incerteza global, podem ter pressionado investidores a realizar lucros acumulados nesse segmento da Bolsa, segundo especialistas.

No mercado de câmbio, o dólar caiu 0,57%, a R$ 5,0500. “O real ganha força, em parte, porque o conflito entre Rússia e Ucrânia acabou fortalecendo a nossa parte de exportação, que é basicamente commodities”, diz Wagner Leon Varejao, sócio da Valor Investimentos.

O preço global do petróleo disparou nesta terça-feira (8) diante da decisão dos Estados Unidos de proibir a importação do óleo produzido na Rússia. Antes mesmo do anúncio, feito por Biden no início desta tarde (no horário de Brasília), a expectativa sobre a decisão levava turbulência aos mercados.

O barril do Brent, tipo mais negociado e referência mundial para o valor da matéria-prima, chegou a passar dos US$ 130 (R$ 662) logo após a fala de Biden, mas cedeu nas horas seguintes. No final da tarde, a commodity subia 5,52%, a US$ 128,73 (R$ 655,19).

A matéria-prima se aproxima dia após dia da máxima de US$ 146,08 (R$ 748) registrada em 3 de julho de 2008, segundo dados da Bloomberg.

O presidente Vladimir Putin reagiu ao embargo dos Estados Unidos ao petróleo e ao gás natural de seu país anunciando que vai proibir ou limitar o comércio de matérias-primas da Rússia até o fim deste ano.

A lista de produtos e países que serão afetados será elaborada em até dois dias, segundo o decreto presidencial divulgado pelo Kremlin.

Na segunda-feira, o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, afirmou em um comunicado em vídeo transmitido pela televisão estatal que os preços do petróleo podem subir para mais de US$ 300 (R$ 1.517) por barril se os Estados Unidos e a União Europeia proibirem as importações de petróleo da Rússia. Até o momento, a Europa não aderiu ao banimento da produção russa.

Nos Estados Unidos, após o anúncio de Biden, os índices de ações chegaram a reverter as baixas do início do dia. Ao final da sessão, porém, os índices Dow Jones e Nasdaq caíram 0,56% e 0,28%, nessa ordem. O indicador de referência S&P 500 recuou 0,72%.

Rosemarie Bröker Bone, coordenadora do Laboratório de Economia do Petróleo da Escola Politécnica da UFRJ, explica que a volatilidade do mercado é uma reação aos diferentes efeitos que a decisão de Biden tem no curto e no médio prazo.

Segundo Bone, se no primeiro momento houve expectativa de aumento da lucratividade do setor petrolífero devido à valorização da commodity em um cenário de escassez, em uma etapa mais adiante, haverá pressão inflacionária e aumento de custos às empresas de outros setores.

Na Europa, a maioria dos mercados fechou no negativo após uma sessão quase inteira no azul. A Bolsa de Londres sustentou ligeira alta de 0,07%. Paris e Frankfurt recuaram 0,32% e 0,02%, respectivamente.

Os principais mercados da Ásia fecharam em queda. Tóquio recuou 1,71%. Hong Kong perdeu 1,39%. Xangai tombou 2,01%.

AÇÕES DA PETROBRAS RECUPERAM PARTE DA QUEDA PROVOCADA POR FALA DE BOLSONARO

A disparada do preço do petróleo no mercado internacional provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia tem reavivado preocupações de investidores sobre o debate político quanto à paridade internacional de preços da Petrobras.

Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter criticado o sistema que equipara o valor dos combustíveis no Brasil à flutuação da cotação da matéria-prima e do dólar, as ações preferenciais (que não dão direito a voto, mas têm preferência no recebimento de dividendos) da companhia perderam 7,10% nesta segunda. Os papéis ordinários (com direito a voto) desabaram 7,65%. Com isso, a Petrobras perdeu R$ 34,7 bilhões em valor de mercado.

Nesta terça-feira, os papéis preferenciais da companhia, que são os mais negociados, subiram 2,08%, recuperando parte das perdas da véspera. A petroleira privada PetroRio, que chegou a disparar cerca de 8%, encerrou com alta de 1,42%.

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Escrito por tvprincesavalenews

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