Mais de 3.400 crianças indígenas, com idades entre 5 e 11 anos, estão agendadas para receber a primeira dose contra a covid-19 no Ceará. A vacinação teve início no dia 21 de janeiro, em unidades de saúde indígena, de 14 municípios. Até o momento, 1.006 das 3.478 já receberam o imunizante.
Realizadas através da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), por meio dos Distritos Sanitários Especiais de Saúde Indígena, as ações vêm acontecendo em 20 territórios indígenas, atendendo às 16 etnias cearenses. A imunização é promovida em parceria com a Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), que atua como mobilizador social.
“O Ceará foi destaque na vacinação da população indígena. Tivemos um trabalho muito forte de conscientização, além do que os povos indígenas cearenses são extremamente engajados nas lutas sociais e sabem da importância da vacinação para a saúde coletiva. Agora, queremos que o Ceará se destaque na vacinação das crianças indígenas”, destaca a titular da SPS, Socorro França.
A coordenadora especial de Políticas Públicas para Igualdade Racial da SPS, Martír Silva, explica que a imunização tem sido realizada através de oferta e de busca ativa. “Esse método é realizado para que as famílias se mobilizem, se desloquem, façam as medidas necessárias para garantir a vacinação das crianças indígenas”, conta. “Isso garante a proteção do ponto de vista étnico para que as crianças indígenas possam frequentar escolas, ter um convívio comunitário, com a proteção à saúde como merecem”, completa.
A articuladora técnica da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial (Ceppir) da SPS, Ceiça Pitaguary, afirma que os pais estavam ansiosos por esse momento. “Tanto os pais quanto as crianças aceitaram de pronto a vacina, pois entendem que só assim podemos fechar um ciclo de imunização nas aldeias. As crianças estavam na expectativa, pois assim poderão retornar às escolas. Foi difícil durante esses dois anos de pandemia manter o foco durante as aulas remotas, então os pais enxergaram na vacina a possibilidade dos seus filhos retornarem ao convívio com os coleguinhas na sala de aula”, pondera.
“Ainda temos um ou dois pais em dúvida da eficácia da vacina, mas as equipes de saúde e lideranças estão empreendendo esforços para dirimir todas as dúvidas e assim atingir a cobertura vacinal completa”, conclui.
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