O Brasil registrou dois casos de uma possível nova variante do coronavírus: a deltacron, que combina duas versões anteriores do causador da covid-19 (delta e ômicron). A informação foi confirmada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta terça-feira (15).
O primeiro dos casos foi encontrado na zona rural do município paraense de Afuá, mais precisamente no arquipélago do Marajó. A secretaria de estado da região afirmou que o caso aconteceu em janeiro de 2022 e a paciente está recuperada. Já o segundo está registrado no Amapá, em um homem de 34 anos que apresentou apenas sintomas leves.
“Essa variante que seria uma junção da omicron com a delta, né? Deltacron, que tem mais na França e alguns outros países da Europa. Nosso serviço de vigilância genômica já identificou dois casos no Brasil. (…) E nós monitoramos todos esses casos, isso é fruto do fortalecimento da capacidade de vigilância genômica no Brasil”, comentou o ministro, segundo a Agência Brasil.
Variante de importância
Queiroga afirmou ainda que a Deltacron é considerada uma “variante de importância” para as autoridades, o que significa que ela deve ser monitorada e melhor estudada por enquanto.
Além disso, o ministro reforçou que os especialistas devem “tranquilizar a população brasileira”, já que o atual objetivo é ampliar a quantidade de pessoas com a dose de reforço.
De acordo com o G1, o paciente com a deltacron no Amapá não tinha histórico de viagem recente e estava vacinado com as duas doses. Ainda assim, há divergências no diagnóstico, já que poderia se tratar de uma codetectação — ou seja, de que a pessoa estava infectada com ambas as variantes, não com uma terceira e inédita combinação entre as duas.
O que é a Deltacron?
A descoberta de uma possível variante híbrida que causa a covid-19 envolve um estudo publicado no medRvix por pesquisadores do IHU Mediterranee Infection, na França.
Segundo a pesquisa, o espalhamento do vírus e a falta de vacinação em larga escala pode ter contribuído para uma nova recombinação genética, que gerou um vírus com elementos genéticos tanto da delta quanto da ômicron. Ao menos três pacientes na França e dois nos EUA teriam sido inicialmente diagnosticados com essa variante, com mais 12 casos na Europa desde janeiro de 2022.
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