
Nesta terça-feira (17), no campus do IFCE de Iguatu, foram definidas as vazões de liberação de água dos açudes Castanhão, Orós e Banabuiú para o segundo semestre de 2025. O encontro contou com a participação de cerca de 300 pessoas, entre representantes de comitês de bacias hidrográficas, órgãos técnicos e a sociedade civil.
Participaram do evento os Comitês de Bacia Hidrográfica do Baixo, Médio e Alto Jaguaribe, Banabuiú, Salgado e da Região Metropolitana de Fortaleza, além de técnicos da Cogerh, da Funceme, representantes do IFCE, prefeituras locais e organizações da sociedade civil.
O diretor-presidente da Cogerh, Yuri Castro, destacou a relevância do processo participativo para a gestão dos recursos hídricos do Ceará.
“Não há no Brasil um evento tão democrático quanto esse. Aqui, é a sociedade, por meio dos comitês de bacias, que define os rumos da água do estado”, afirmou.
A definição das vazões liberadas dos açudes foi realizada por votação em plenária, após a apresentação de cenários técnicos elaborados pela equipe da Cogerh.
Vazões aprovadas:
Açude Castanhão: vazão média de 17 mil litros por segundo (l/s)
Açude Orós: vazão média de 5500 l/s – 850 l/s para canal Orós-Feiticeiro; 1400 l/s para Açude Lima Campos; 3070 l/s para Rio Jaguaribe; 180 l/s por captação direta no lago (montante)
Açude Banabuiú: vazão média de 3000 l/s
As vazões foram decididas levando em consideração os volumes atuais dos açudes, as previsões climáticas e o acompanhamento da Cogerh, bem como o atendimento de demandas locais da população e setores produtivos.
Banabuiú
O 3º maior açude do Ceará está com 561,29 milhões de m³, equivalente a 36,59% do volume máximo.
Para a alocação de 2025, já foram consideradas as demandas dos municípios de Banabuiú, Jaguaretama, Solonópole e Milhã, cuja oferta de água será reforçada pelo projeto piloto do Malha d’Água – Banabuiú Sertão Central.
Orós
O 2º maior reservatório cearense está com 1,94 bilhões de m³, com 100% do volume total, ainda sangrando, após 14 anos.
Castanhão
Hoje, o maior açude construído para múltiplos usos da América Latina está com 1,97 bilhões de m³ (29,38% do total).
Avaliação da quadra chuvosa
O meteorologista Francisco Júnior, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), apresentou a avaliação da quadra chuvosa de 2025 no estado do Ceará. Segundo ele, os volumes de chuva registrados entre fevereiro e maio ficaram dentro da média histórica, comportamento que já havia sido apontado no prognóstico divulgado pela instituição no início do ano.
Durante a apresentação, Francisco destacou que os dados pluviométricos consolidados indicam uma distribuição ire regular das precipitações ao longo dos quatro meses, com variações esperadas para diferentes regiões do estado.