
Bordadeiras cearenses participam, entre 7 e 10 de maio, da Feira de Todas as Mães, edição especial de Dia das Mães da Feira Rosenbaum. A feira acontece em São Paulo, na Unibes Cultural. A participação das artesãs cearenses é uma parceria entre a Secretaria da Proteção Social do Governo do Estado, por meio da Central de Artesanato do Ceará (CeArt), com a organização da feira.
As quatro cearenses escolhidas para participar do evento são Benedita Áurea, Amanda do Carmo, Maria Vivalda e Fátima Vasconcelos. Juntas, elas poderão mostrar a diversidade do bordado cearense. Isso porque cada uma tem sua própria forma de bordar. Enquanto uma delas faz dos cactos os personagens principais de almofadas e itens de decoração, a outra se dedica ao richelieu e bordado na chita. Ainda tem toda a riqueza da tapeçaria, marcada por cajus gigantes e encantadores e as cenas nordestinas em quadros bordados a mão.
CeArt

Política pública para valorização do artesão, sua identidade, técnica e comunidade, a CeArt promove a geração de emprego e renda a partir de saberes ancestrais.
A Central é coordenada pela Secretaria da Proteção Social do Governo do Estado do Ceará e busca assessorar artesãos e artesãs cearenses em todo o processo produtivo. Entre as ações realizadas pela CeArt está a emissão da identidade artesanal, que reconhece os artesãos e seus trabalhos. Este credenciamento concede ao artesão benefícios como a isenção de ICMS, participação em eventos e feiras, qualificação e hospedagem na Casa do Artesão.
Atualmente, a CeArt conta com seis lojas no Ceará, sendo três em Fortaleza, duas em Juazeiro do Norte, e uma em São Paulo, no Iguatemi Alphaville.
As bordadeiras
Benedita Áurea de Sales

Benedita Áurea de Sales, de 72 anos, nasceu em Sobral, mas mudou-se para Maranguape ainda no primeiro ano de idade. Foi ainda na infância que ela começou a ter contato com o artesanato, influenciada pela família, que já trabalhava com fios e tecidos, e com richilieu, uma técnica de bordado recortado repleto de detalhes encantadores.
Suas peças variam desde vestuários até capas de almofadas, sousplats, toalhas de bandejas e muito mais. Atualmente, Benedita trabalha também pela valorização do bordado no município de Maranguape.
Amanda do Carmo

Maria de Jesus do Carmo, 62 anos, iniciou seu trabalho artesanal aos 15 anos, aprendendo diversas técnicas com sua avó. Para ela, o bordado se apresenta na tapeçaria. A natureza é expressa em flores, frutos e pássaros. Mas são os cajus sua marca registrada.
Mãe de três filhos, sempre trabalhou com tapeçaria para ajudar no sustento da casa. Foi assim que ela participou de diversas feiras e exposições pelo Brasil afora.
Fátima Vasconcelos

A artesã Maria de Fátima Vasconcelos, 72 anos, sonhava em ser médica, formou-se em Letras e atuou como professora por sete anos, mas foi a ligação com o artesanato, vinda lá da infância, que ela decidiu carregar por toda a vida.
Fátima aprendeu a bordar ainda criança. Aos dez anos, já bordava para ajudar a mãe e a avó. Deixou a prática de lado por um tempo, mas após visitar uma exposição de arte descobriu sua verdadeira vocação.
Maria de Fátima cria peças únicas que combinam cores vibrantes e expressam a alegria e a riqueza da cultura nordestina. Seu trabalho transforma tecido e linha em verdadeiras obras de arte, preservando a tradição, e encantando por sua beleza e autenticidade.
Maria Vivalda

A artesã Maria Vivalda, 60 anos, aprendeu o crochê com a mãe e a avó. Começou a praticar ainda criança, usando um raio de bicicleta como agulha e linha de barbante de saco de açúcar.
Anos depois, na cidade de Icó, participou da criação de um grupo de mulheres que sonhava em montar uma barraca para vender artesanato na praça. Em 2005, com o incentivo de um amigo, o grupo se organizou e fundou a APROARTI – Associação dos Produtores de Artesanato, Gestores Culturais e Artistas de Icó.
Hoje, a associação reúne 64 mulheres que trabalham com crochê, bordado, recorte, lavagem, bainha e desenho. Maria Vivalda segue atuante, levando as peças para feiras em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Recife e Belo Horizonte. Ela conta que a associação está sempre pronta: quando surge um evento, não falta produto, elas vão.
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