Até o momento, 34 mandados de prisão preventiva foram cumpridos. Desses, nove alvos já estavam presos. Outro suspeito foi preso em flagrante. Setenta e um (71) mandados de busca e apreensão também foram cumpridos
Em resposta às ações criminosas no Ceará, envolvendo grupos suspeitos de ameaçar eleitores, extorquir candidatos, interferir em eleições e intimidar eleitores, a Polícia Civil do Estado do Ceará deflagrou, na manhã desta quinta-feira (05), uma das maiores operações do ano que resultou na prisão de 34 pessoas que estavam sendo investigadas por integrar grupos criminosos atuantes no Estado. Um outro suspeito foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. A ofensiva foi deflagrada em municípios cearenses e nos estados da Bahia, Pará, Tocantins e Rondônia. A operação teve como objetivo também o bloqueio de 52 contas bancárias.
Dentre os alvos da operação “Complevit”, que significa fim de linha, estão 34 suspeitos de 18 a 53 anos, apontados como integrantes de grupos criminosos, e que eram investigados por integrar organização criminosa armada e por envolvimento em ameaças e intimidações de eleitores, extorsão de candidatos e interferência em campanhas eleitorais. Todos os suspeitos já tinham antecedentes criminais por crimes como tráfico de drogas, porte ilegal de arma fogo e integrar organização criminosa.
Dos 34 mandados de prisão preventiva que já foram cumpridos, nove estavam recolhidos em unidades prisionais. Todos os alvos da operação estavam com mandados de prisão preventiva em aberto pelo crime de integrar organização criminosa. No Ceará, a operação aconteceu nos municípios de Fortaleza, Caucaia, Eusébio, Itaitinga, Jaguaruna, Uruoca e Umari.
Dos 34 alvos da operação “Complevit”, um alvo foi capturado na Bahia, um homem no Tocantins e outro suspeito foi preso em Rondônia.
Durante uma coletiva de imprensa, o secretário da SSPDS, Roberto Sá, destacou o trabalho integrado entre todas as Forças de Segurança estadual e federal para garantir a segurança no Ceará durante as eleições. “Aqui no estado do Ceará os Poderes e as Forças de Segurança estão muito integrados, atuando juntos e cada vez mais fortes. Todos estamos em uma grande sintonia para que possamos fazer desse próximo pleito eleitoral, um pleito justo, livre e de forma que qualquer ameaça ao Estado Democrático de Direito ou a uma campanha livre, a eleições livres, serão imediatamente repassadas por nós”, destacou o gestor.
“A nossa troca de informações com a Polícia Federal é permanente. Ao chegar em nosso conhecimento, a Polícia Militar atua imediatamente, enquanto que a Polícia Civil já inicia os trabalhos investigativos. Além disso, as nossas inteligências se articulam de forma permanente, durante 24 horas. Reforço que o nosso contato com a Polícia Federal é o melhor possível e cada vez mais estreito, mais rápido, mais dinâmico, eficiente, efetivo e eficaz. Por fim, reforço que as forças de segurança estão muito direcionadas com todo seu esforço para que a gente diminua essa disputa entre grupos criminosos, tornando o estado do Ceará cada vez mais seguro e tranquilo, e que nós não toleraremos nenhum tipo de interferência no processo eleitoral”, concluiu o secretário da SSPDS.
Prisão em flagrante
Durante a operação, equipes da Delegacia Municipal de Ipaumirim, com apoio da Delegacia Metropolitana de Caucaia, cumpriram um mandado de busca e apreensão domiciliar no município de Umari. Os policiais civis apreenderam, no local, uma espingarda calibre 12, uma espingarda calibre 40 e um rifle calibre 38. O suspeito foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo. Com o indivíduo, foram apreendidos, ainda, aparelhos celulares.
Mandados de busca e apreensão
A ofensiva também deu cumprimento a 71 mandados de busca e apreensão. Durante a operação, um automóvel Toyota e uma motocicleta foram apreendidos em Caucaia, além de armas de fogo.
Sobre a operação
A operação “Complevit” da PCCE foi coordenada pelo Departamento de Polícia Judiciária Metropolitana (DPJM) e pela Delegacia Metropolitana de Caucaia. A ofensiva faz alusão ao fim de linha. Durante as investigações, os policiais civis averiguaram que os indivíduos são integrantes de grupos criminosos e suspeitos de ameaçar e intimidar eleitores, extorquir candidatos e interferir em campanhas eleitorais.
A operação é uma resposta do Governo do Ceará e contou com apoio do Departamento de Inteligência Policial (DIP) da PCCE e da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), além do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI-Sul), Departamento de Polícia Judiciária do Interior Norte (DPJI-Norte) e do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DPJC), do Departamento Técnico Operacional (DTO), do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) e do Departamento de de Polícia Judiciária Especializada (DPJE).
O delegado-geral da PCCE, Márcio Gutiérrez, que também participou da coletiva de imprensa, detalhou os trabalhos operacionais desencadeados nesta quinta-feira (05). “Essa operação desencadeada no dia de hoje visou atingir uma organização criminosa voltada à prática de crimes de tráfico de drogas, homicídios e outros crimes, mas o que é importante ser destacado é que essa operação visou promover a repressão financeira desse grupo criminoso. Com os trabalhos, nós atingimos os operadores financeiros desse grupo, que são aquelas pessoas responsáveis por fazer as movimentações bancárias, lavar o dinheiro sujo e transformar aquele patrimônio conseguido através de crimes com aparência lícita. É importante também destacar que essa operação é uma operação interestadual de combate ao crime organizado. Ela ocorreu no Ceará e em mais quatro estados da federação, então a gente buscou realmente alcançá-los onde quer que eles estivessem”, detalhou o delegado-geral da PCCE.
“Outro destaque importante é que esse grupo criminoso também promovia ações que buscassem interferir no processo eleitoral aqui no Ceará, seja por intimidação de eleitores ou através de ameaça e extorsão a candidatos, e como bem pontuou o nosso secretário, nós não vamos permitir esse tipo de ação, não vamos dar trégua e não iremos recuar. A determinação é seguir investigando esses grupos, tirar o patrimônio deles, prender esses criminosos perigosos e é essa nossa missão: trazer mais paz e segurança para a população cearense”, concluiu o delegado-geral Márcio Gutiérrez.
A ação contou com 280 policiais civis, em 80 viaturas. A Polícia Civil do Estado do Ceará continua investigando a participação de outros suspeitos envolvidos nas ações criminosas.