A tradição literária popular será celebrada nos dias 15 a 17 de agosto de 2024 lançando novos cordéis na Festa da Literatura de Cordel (FLIC)
Serão lançados dez cordéis do Sertão Central pela EdUECE na Festa da Literatura de Cordel (FLIC), que ocorrerá de 15 a 17 de agosto de 2024, na Casa de Saberes Cego Aderaldo, em Quixadá. A Literatura de Cordel é uma expressão cultural diversa que traduz a alma e o cotidiano em versos e rimas. Seu reconhecimento como patrimônio imaterial brasileiro reforça a necessidade de ações que promovam sua preservação e difusão.
Os novos cordéis integram a Coleção de Folhetos Populares da EdUECE, selecionados a partir do projeto de extensão LABSUL/FECLESC, que mapeou cordelistas do Sertão Central Cearense. As artes da capa foram produzidas por jovens gravuristas da região, resultado do curso “Cordel: da Gravura a Encadernação”; e os registros dos 10 cordelistas fazem parte projeto do Mapeamento do Patrimônio Cultural e Natural do Sertão Central, ambos são ações realizadas pela Casa de Saberes Cego Aderaldo, espaço da Secretaria da Cultura, que integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará, gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM).
Celebraremos a tradição da Literatura de Cordel, homenageando poetas cordelistas que ganham destaque e reconhecimento a partir dos seus territórios, contribuindo para a valorização e preservação dessa forma de expressão cultural, como patrimônio cultural brasileiro.
A Festa da Literatura de Cordel (FLIC) é uma realização do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Casa de Saberes Cego Aderaldo (CSCA) e Academia Brasileira de Letras (ABL). Conta com a parceria da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará), Sesc (Serviço Social do Comércio) e Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial); e apoio da Casa de
Antônio Conselheiro (CAC), Biblioteca Pública Estadual do Ceará (BECE), Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (FECLESC) e Editora da Universidade (Eduece).
Coleção de Cordéis
● “Minha História” de Terezinha Feijão (Quixeramobim)
● “E o Tempo foi Passando” de Raimundo Mouta (Quixeramobim)
● “Lá em Casa era Assim” de Maria de Fátima (Quixeramobim)
● “Foi um Grande Milagre” de Erinaldo Castro (Senador Pompeu)
Rua Pascoal Crispino, 167 – Centro – CEP: 63900-153 Quixadá – Ceará
● “Severinas Mulheres que Ousam” de Aline Nobre (Banabuiú)
● “Convenção Extraterrestre” de Cosme Alves (Itapiúna)
● “Quixeramobim o Meu Lugar” de Gescélio Coutinho (Quixeramobim)
● “Se eu Fosse Deus por um Dia” de Rosinha Miguel (Quixadá)
● “Negras também Existem” de Mikaely Araújo (Quixadá)
● “Vida” de Maria Consuelo (Barreira)
Quem são os cordelistas
1. Maria Terezinha Alves Feijão (Quixeramobim), professora e cordelista, nascida em 1964 na Fazenda São Joaquim, hoje Assentamento 25 de Maio, o primeiro assentamento do Estado do Ceará. Começou a produzir livretos populares de cordel aos 30 anos, uma profunda ligação com a literatura de cordel é um legado de seu pai, Francisco Alves Mouta, também poeta. O trabalho de Terezinha Feijão abrange uma variedade de narrativas, destacando celebrações como o Dia das Mães e o Natal, além de homenagear o Reisado Boi Coração, uma festividade tradicional celebrada por sua família. E será lançado seu cordel “Minha História”.
2. Raimundo Mouta (Quixeramobim), agricultor rural e cordelista, nascido em 1948 na Fazenda São Joaquim, hoje Assentamento 25 de Maio, primeiro assentamento do Estado do Ceará. Ele herdou a arte da Literatura de Cordel de seu pai, Francisco Alves Mouta. Atualmente, Raimundo se dedica a escrever e criar versos que refletem suas experiências familiares, seu trabalho e o ambiente em que vive. E será lançado seu cordel “E o Tempo foi Passando”.
3. Maria de Fátima Alves Mouta (Quixeramobim), cordelista e guardiã da memória de sua família, nascida em 1958 na Fazenda São Joaquim, hoje Assentamento 25 de Maio, primeiro assentamento do Estado do Ceará. Começou sua jornada na literatura de cordel ainda criança, escrevendo folhetos, legado deixado por seu pai, Francisco Alves Mouta. Ao longo de sua carreira como escritora, o tema da ancestralidade prevalece, muitas vezes evocando a memória de seu pai e sua família. E será lançado seu cordel “Lá em Casa era Assim”.
4. Francisco Erinaldo Mesquita de Castro (Senador Pompeu), cordelista, nascido em 1979, na Fazenda Amanaju, hoje conhecido como Assentamento Florestan Fernandes. Desenvolveu sua conexão com a Literatura de Cordel por meio de suas experiências nesta terra, particularmente por meio de seu envolvimento com o Movimento Sem Terra (MST). Ele escreveu à mão dezenas de livretos de cordel, narrando eventos cotidianos, sua
biografia como agricultor e militante, valorizando o território onde foi criado. Além de suas inúmeras obras manuscritas, Erinaldo publicou dois cordéis: “A Morte da Marília Mendonça” e “Cordelizando pelo Brasil”, ambos esforços colaborativos com outros cordelistas. E será lançado seu cordel “Foi um Grande Milagre”.
5. Aline Silva Nobre (Banabuiú), escritora, cordelista e poeta, nascida em 1996. Filha de Zete, agricultora e Diassis, carpinteiro, nasceu e cresceu no sertão, o que influencia sua diversidade artística. A escrita está presente em sua vida desde os 10 anos e tornou-se sua profissão. Suas obras refletem observações da natureza e das relações sociais. Aline é autora dos livros “Mulher-Contestada” (Urutau, 2021) e “não existem borboletas na antártica” (Caju de Ouro, 2022), além das zines “Animália, Estrela e Poemas para depois do fim”. E será lançado seu cordel “Severinas Mulheres que Ousam”.
6. Francisco Cosme Alves (Itapiúna), escritor, cordelista e professor de Língua Portuguesa, nascido em 1988. Aproximou-se da literatura cearense durante sua formação universitária, o que o ajudou a valorizar o potencial da literatura de cordel. Sua escrita é influenciada por suas experiências regionais e contemporâneas, pelos cordelistas que o inspiraram, incluindo moradores do Sertão Itapiúnense, e sua militância LGBTQIAP+. Francisco Cosme publicou dois livros e o cordel “Itapiúna é uma novela”. Atualmente, ele se aventura em escrever cordéis, contos, crônicas e realiza publicações na internet. E será lançado seu cordel “Convenção Extraterrestre”.
7. Gescélio Felipe Coutinho (Quixeramobim), cordelista, poeta e professor de Geografia e História, nascido em 1982, é morador da Vila de Belém. Ele começou a escrever cordéis aos 36 anos, sua conexão com a literatura foi estabelecida ainda na escola, onde se destacava por realizar leituras e entregar livros na biblioteca. Sua principal referência é Patativa do Assaré. Adotando o pseudônimo “Poeta do Sertão”, Gescélio escreve sobre suas vivências no sertão, aspirações e romances. Ele já publicou vários cordéis e livros de poesia, incluindo o cordel “Antologia Poética Toma Aí Um Poema” e o livro “Resiliência no Sertão”, que integra uma antologia poética com 101 poemas de sua autoria. E será lançado seu cordel “Quixeramobim o Meu Lugar”.
8. Rosilene Pereira Miguel (Quixadá) – cordelista, poeta e graduanda em Licenciatura em Pedagogia, nasceu em 1999. É filha do repentista e cantador João Miguel, sendo ele sua principal referência na tradição da arte de criar versos rimados e improvisados. Inspirada por suas vivências familiares e experiências sertanejas, Rosinha escreve cordéis para fortalecer e dar continuidade à tradição da cultura popular. E será lançado seu cordel “Se eu Fosse Deus por um Dia”.
9. Antônia Mikaely Batista de Araújo (Quixadá), cordelista, poeta e graduanda do curso de Letras Português. Nasceu em 2005, começou seu processo de escrita criativa ainda jovem, aos 13 anos. O contexto escolar a aproximou da literatura de cordel. Suas obras abordam temas transversais como direitos e representatividade da mulher, questões raciais, críticas sociais e questões emocionais. E será lançado seu cordel “Negras também Existem”.
10. Maria Consuelo de Oliveira Marques (Barreira), cordelista e poeta. Nasceu em 1947, é filha de agricultores e foi freira durante 45 anos de sua vida. Iniciou o processo de escrita aos 5 anos de idade e já produziu cerca de 200 poesias. Sua motivação para os versos vem das memórias afetivas do pai indo à feira e trazendo um livreto de cordel, que sua mãe, semianalfabeta, lia, decorava e cantava para a família. Em suas obras predominam temas como família, a paixão pelos animais e elementos do cotidiano. Para ela, a escrita de cordéis é uma realização prazerosa, que honra suas raízes e memórias familiares. E será lançado seu cordel “Vida”.
Serviço:
Festa da Literatura de Cordel (FLIC)
Seminário de Patrimônio Cultural do Sertão Central
“O Cordel Cantando a Poesia Do Meu Sertão”
15 a 17 de Agosto de 2024
Casa de Saberes Cego Aderaldo, Quixadá
link de inscrição: https://www.sympla.com.br/festa-da-literatura-de-cordel—flic__2558816
Dia 15 de agosto (quinta-feira)
Festa da Literatura de Cordel (FLIC)
20h30 – Lançamento de Cordéis – EdUECE
“Minha História” de Terezinha Feijão (Quixeramobim)
“E o Tempo foi Passando” de Raimundo Mouta (Quixeramobim)
“Lá em Casa era Assim” de Maria de Fátima (Quixeramobim)
“Foi um Grande Milagre” de Erinaldo Castro (Senador Pompeu)
Local: Quintal da Casa de Saberes Cego Aderaldo (R. Pascoal Crispino, 167 – Centro)
Acessibilidade em Libras
Dia 16 de agosto (sexta-feira)
Festa da Literatura de Cordel (FLIC)
20h30 – Lançamento de Cordéis – EdUECE
“Severinas Mulheres que Ousam” de Aline Nobre (Banabuiú)
“Convenção Extraterrestre” de Cosme Alves (Itapiúna)
“Quixeramobim o Meu Lugar” de Gescélio Coutinho (Quixeramobim)
Local: Quintal da Casa de Saberes Cego Aderaldo (R. Pascoal Crispino, 167 – Centro)
Acessibilidade em Libras
Dia 17 de agosto (sábado)
Festa da Literatura de Cordel (FLIC)
20h30 – Lançamento de Cordéis – EdUECE
“Se eu Fosse Deus por um Dia” de Rosinha Miguel (Quixadá)
“Negras também Existem” de Mikaely Araújo (Quixadá)
“Vida” de Maria Consuelo (Barreira)
Local: Quintal da Casa de Saberes Cego Aderaldo (R. Pascoal Crispino, 167 – Centro)
Acessibilidade em Libras