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Em Fortaleza, donativos podem ser deixados em dois locais; Interior conta com 18 pontos
Cearenses iniciaram a entrega de doações em 20 pontos de coleta em todo o estado nesta quinta-feira (9). Em Fortaleza, os donativos podem ser deixados no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) e no Batalhão do Corpo de Bombeiros, no bairro Jacarecanga. A mobilização faz parte da campanha Força Solidária Rio Grande do Sul, lançada na última quarta-feira (8) pelo Governo do Ceará.
O cearense Francisco Assis Aguiar, de 90 anos, fez questão de comparecer na primeira hora de coleta no Cisp. O idoso, que estava acompanhado do genro Vinicius Bluhm, 62, levou alimentos não perecíveis. “Ajudar o pessoal do Rio Grande do Sul que está precisando de tudo isso: alimentos, remédios, água e mais alguma coisa que puder fazer. Quero todos os cearenses mandando [doação] lá para o Rio Grande do Sul”, convoca.
De acordo com a Defesa Civil, os locais estarão à disposição da população de domingo a domingo, enquanto a campanha estiver ativa, das 8h às 12h e das 13h às 17h. O Governo do Ceará também está enviando 66 toneladas de alimentos, 10 mil litros de água potável, equipe e helicóptero da Ciopaer/SSPDS para resgate das vítimas, além de equipe dos Bombeiros com 12 profissionais, dois cães, barcos e viaturas, embarcada nesta quinta-feira (9).
Parte da equipe que está recebendo as doações no Cisp, a capitã Samara Dantas fala do sentimento de união dos cearenses em prol do povo gaúcho. Ela, inclusive, participou da operação de resgate após desabamento do Edifício Andrea, que ocorreu em Fortaleza, em 2019.
“A gente viu nossos colegas irem para o Rio Grande do Sul e a vontade é de estar lá também, mas existem muitas formas de ajudar. O Corpo de Bombeiros sempre está de braços abertos para a sociedade, mas estamos de braços ainda mais abertos, esperando cada um, amigo, familiar, qualquer cidadão que queira fazer parte dessa campanha”, afirma.
A solidariedade também motivou o casal Érica Ferraz, 34, terapeuta, e José Murilo Gomes, 49, caminhoneiro. “Eu vim doar águas. Como está acontecendo esse desastre lá, achei que as pessoas precisam muito ser acolhidas”, diz Érika. “É muito difícil ver nossos irmãos assim. Mesmo sendo de outro estado, eles são nossos irmãos. Impacta, sensibiliza a gente a dar o pouco que podemos, mas acho que é válido”, acredita José Murilo. Também sensibilizada, a aposentada Margarida Barbosa, 79, trouxe quase 60 litros de água.
Solidariedade desce cedo
No Batalhão do Corpo de Bombeiros, no bairro Jacarecanga, a jovem Arliene Cardoso, 8, insistiu em vir com a mãe ajudar da maneira que fosse possível o povo gaúcho. “Ela que me pediu para vir aqui e trazer junto comigo as doações. É muito importante mostrar pra ela, desde cedo, como é válido ajudar o próximo”, contou a mãe orgulhosa, Ana Ingrid, 30.
Também acompanhada da mãe, a fonoaudióloga Ticiane Gomes, 32, destacou que independente da quantidade, mesmo com pouco, o importante é ajudar o povo gaúcho em um momento tão difícil. “O pouco que você doa para eles é muito em um momento tão inesperado. É muito importante que todo mundo esteja unido agora. Hoje eu trouxe roupas de frio, lençóis e toalhas. Peço a todos que possam contribuir e ajudar”, disse de forma emocionada.
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