Tensão no Equador é reflexo da expansão do crime organizado no país
Um dia após o assassinato do jornalista e presidenciável Fernando Villavicencio sacudir o Equador, levando o governo nacional a decretar estado de exceção em todo país, uma candidata a deputada foi alvo da ação de criminosos ainda não identificados.
A engenheira ambiental Estefany Puente Castro, que concorre a uma vaga no Parlamento, participava de um ato político na cidade de Quevedo, em Los Rios, nesta quinta-feira (10), quando duas pessoas em uma moto pararam junto ao veículo em que ela viajava com outras pessoas e efetuaram vários disparos com uma arma de fogo.
Imagens divulgadas nas redes sociais exibem o veículo – usado na campanha de outros dois candidatos correligionários de Estefany – com o para-brisa danificado. Segundo relatos, a candidata foi ferida, de raspão, por um projétil.
“Hoje, fui vítima da delinquência contra minha integridade”, confirmou Estefany, em uma publicação em suas redes sociais.
A dez dias das eleições, aspectos como o medo da violência e a crescente sensação de insegurança pública estão entre as principais preocupações dos eleitores equatorianos, conforme apontam pesquisas de opinião pública recentes. A própria imprensa do país vem noticiando, há tempos, que os índices de criminalidade têm piorado, com um aumento do número de crimes violentos.
Na quarta-feira (9), Villavicencio, de 59 anos, foi morto a tiro. Candidato presidencial do Movimento Construye, o ex-dirigente sindical e jornalista se despedia de seus apoiadores após participar de um ato de campanha em Quito quando homens fortemente armados se aproximaram atirando. Ao menos outras nove pessoas foram feridas no atentado, entre elas um candidato a deputado e três seguranças de Villavicencio.
Expansão do crime organizado
Para especialistas, a tensão no Equador é reflexo da expansão do crime organizado no país, nos últimos anos. Incrustado entre dois dos maiores produtores mundiais de folha de coca e de cocaína, a Colômbia e o Peru, o Equador é considerado geograficamente estratégico para o escoamento da droga pelo Oceano Pacífico, além da relativa proximidade com o Canal do Panamá.
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