Serviço Social dos hospitais garante atendimento humanizado aos pacientes
Atuando ao lado do paciente que procura por atendimento em uma unidade hospitalar, para além das questões de saúde, o serviço social preserva e garante os direitos do paciente e um cuidado humanizado. No Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), os assistentes sociais conseguiram localizar a família de um paciente que deu entrada na unidade sem nenhum documento de identificação. Ele vivia há 40 anos em situação de rua.
Ivanildo Pinto Petrolina trabalhava com coleta de lixo reciclável e vivia nas ruas do município de Maranguape. Depois de uma crise convulsiva, acabou socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado, via Central de Regulação, ao HRSC. Na admissão, a equipe descobriu que a única identificação de Ivanildo era o nome que ele pronunciava. O paciente não possuía RG, CPF ou certidão de nascimento e havia perdido o contato com a família. Depois de ser tratado por quase duas semanas no hospital, ele recebeu alta, porém não tinha para onde ir. Foi aí que o serviço social buscou encontrar os parentes.
“Realizamos contato com o Creas [Centro de Referência Especializado em Assistência Social] do município de origem e não conseguimos nenhuma informação. Fizemos, então, uma busca no banco de dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), localizamos os familiares e oportunizamos o contato entre irmãos, que estavam com os vínculos fragilizados”, conta a coordenadora do serviço social do HRSC, Tinciane de Medeiros.
Cuidado desde a chegada do paciente
Do momento em que a pessoa dá entrada em uma unidade até a alta, o serviço social trabalha acompanhando o caso de cada um. No período em que estão internados, os pacientes são acompanhados pelas equipes de assistentes sociais através de visitas programadas à beira do leito. Com os depoimentos, são traçadas estratégias de atuação multiprofissional.
Para Tinciane, é fundamental conversar com o paciente. “É possível que durante o internamento surjam demandas que não foram identificadas no momento da admissão, por isso é importante escutar esse paciente, e saber quais são seus problemas sociais, suas vulnerabilidades e os desafios que ele enfrenta”, explica.
No Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), em Limoeiro do Norte, é no processo de admissão que se tem conhecimento da história da pessoa que é internada, compreendendo questões relacionadas à sua convivência familiar e comunitária. Além disso, podem ser identificadas situações de violência, vulnerabilidade social ou violações de direitos.
“Quando identificamos alguma situação de negligência ou violência, seja ela qual for, realizamos os encaminhamentos à rede de apoio socioassistencial e compreendemos com quem essa pessoa vai contar quando for realizada a sua alta hospitalar”, explica a assistente social do HRVJ, Gabriela Gondim.
Procedência em casos de agressão
Gabriela frisa ainda que, em relação às violências de modo geral, é muito importante que o profissional conheça a rede de proteção para acionar os órgãos competentes.
Foi o que aconteceu no HRVJ com uma paciente de 77 anos. Ela deu entrada com problemas pulmonares e fratura na costela. O filho que a acompanhava contou que a idosa teria sofrido violência do companheiro e que, além de esconder as agressões da família, também tinha os cartões do banco tomados pelo agressor, o que configura violência patrimonial. A partir do relato, a profissional de plantão instruiu o familiar a realizar boletim de ocorrência, além de orientar sobre medidas protetivas à mulher.
“Pelo fato de não podermos atestar a confirmação do caso, o tratamos como caso suspeito e agimos com brevidade para notificar os órgãos competentes. Também emitimos um relatório social e enviamos para o CRAS [Centro de Referência da Assistência Social] e para o Creas do município de origem, para que os equipamentos acompanhassem de perto os relatos trazidos pelos familiares”, diz a assistente social Tereza Dávila Agostinho.
Nos casos de violação de direitos, além do Creas, que produz relatório comunicando o que foi identificado durante a internação, podem ser acionados ainda, a depender do caso, o Ministério Público (MP), Defensoria Pública e Conselho Tutelar, dependendo de cada caso específico.
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