Para uma assistência integral, são necessárias, além da medicação adequada, psicoterapias, terapias comportamental e de grupo
O Dia Nacional da Pessoa com Esquizofrenia é lembrado nesta quarta-feira (24). O distúrbio é caracterizado por um conjunto de transtornos psiquiátricos graves que desencadeiam alterações no pensamento, nas emoções e no comportamento, fazendo com que a pessoa veja a realidade de forma distorcida. Não há uma razão simples e específica, mas possivelmente existem questões genéticas ligadas à causa da doença, além de fatores ambientais como o estresse.
Na Clínica Psiquiátrica do Hospital Regional do Vale do Jaguaribe (HRVJ), de janeiro a abril deste ano, 22% das internações foram decorrentes do diagnóstico de esquizofrenia, ficando atrás apenas dos casos de transtorno depressivo (32%). O equipamento é vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).
O tratamento da doença, explica o psiquiatra Jairo Amparo, consiste em combater os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Mesmo que um(a) psiquiatra recomende medicamentos antipsicóticos, é fundamental o acompanhamento multiprofissional, reunindo psicoterapias, terapias comportamental e de grupo, além do monitoramento social.
“Não podemos dizer que existe cura, pois é um transtorno crônico, no qual a pessoa terá momentos melhores e outros piores. O tratamento é bastante eficaz; pacientes assistidos regularmente e com a medicação adequada tendem a passar grandes períodos sem sintomas”, afirma Amparo.
Núcleo familiar como base
O médico ainda lembra que o amor e o apoio da família são essenciais para a recuperação do paciente. Esse cuidado, no entanto, pode debilitar a saúde mental dos parentes. “Por mais difícil que seja, é muito importante que a família seja firme quando houver resistência a tomar a medicação ou diante de uma internação involuntária”, diz.
Associado ao tratamento farmacológico, o atendimento psicológico na unidade tem se mostrado um importante recurso terapêutico para a recuperação e reabilitação do sujeito com esquizofrenia. “Outro fator de extrema importância é o suporte emocional à família, que, muitas vezes, tem um nível intenso de sofrimento”, pontua a psicóloga hospitalar Aline Franco.
Combate ao estigma
O diagnóstico de esquizofrenia enfrenta, dentre outras situações, o estigma sobre a doença. Acolher as necessidades de pacientes com o diagnóstico e compreender o movimento antimanicomial são caminhos para combater o preconceito contra as pessoas com transtornos mentais.
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