Laudos ainda apontaram que a vítima, que estava desaparecida, morreu por afogamento
Uma investigação desencadeada pela 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Estado do Ceará, aliada ao trabalho realizado pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), resultou na identificação e elucidação das circunstâncias da morte da travesti Babaluket, de 52 anos, vítima de um afogamento na praia do Pecém, localizada no município de São Gonçalo de Amarante. O resultado do laudo pericial e os detalhes da investigação foram apresentados nesta quarta-feira (22), na sede do DHPP da PC-CE.
A família da vítima procurou a Polícia Civil em 22 de setembro de 2022, após ela ser vista pela última vez no dia 6 daquele mês. Desde então, foi iniciada uma investigação, por meio da 12ª Delegacia do DHPP, relacionada ao desaparecimento. “Ela tinha costume de desaparecer. A família aguardava o retorno dela, enquanto fazíamos diligências e oitivas relacionadas ao desaparecimento”, comentou o delegado Augusto Soares, titular da unidade especializada.
Dois dias depois da comunicação, uma equipe da Polícia Militar do Ceará e da Pefoce foram acionadas para uma ocorrência. Desta vez, sobre um corpo não identificado, localizado na praia do Pecém, no município de São Gonçalo de Amarante. A situação foi registrada em um procedimento policial, enquanto a Pefoce iniciou o trabalho para a elaboração dos laudos relacionados ao caso.
O Núcleo de Perícias em DNA Forense (NUPDF) da Pefoce extraiu o perfil genético da vítima e o corpo não identificado foi encaminhado para o sepultamento ocorrido em 14 de outubro, após um período aguardando reconhecimento de possíveis familiares. Com as informações do perfil genético, foi feito um cadastro no Banco Nacional de Perfis Genéticos. No último dia 15 de março deste ano, foram colhidas amostras do DNA da mãe e de uma irmã de Babaluket. O laudo pericial identificou o vínculo genético entre as partes.
“Quando o corpo está íntegro, conseguimos fazer a identificação por papiloscopia, que é até mais rápido. Colhemos as impressões e comparamos com os dados da Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHP). Ao fim de todas as possibilidades de identificação, recorremos ao DNA. Como o corpo dela estava em estado de decomposição avançado e sem identificação, fizemos a coleta do DNA e a inserimos no Banco Nacional de Perfis Genéticos, que cruza com informações cadastradas em todo o país. Inicialmente a irmã da vítima fez o cadastro, mas não foi suficiente. Somente quando a mãe cedeu amostra de DNA, foi possível concluir pela compatibilidade genética. Após a emissão do resultado, comunicamos a finalização do laudo ao DHPP, que procurou a família para informar sobre o desfecho”, explica a perita legista do Núcleo de Perícias em DNA Forense (NUPDF) da Pefoce, Ana Cláudia Sobreira.
A perita lembra que um familiar de Babaluket ainda foi à Pefoce para fazer o reconhecimento fotográfico, mas não reconheceu nenhum cadastro, incluindo o do corpo da travesti. “O corpo putrefeito dificulta o reconhecimento. O emocional do familiar, que estava muito abalado com o desaparecimento à época, pode ter dificultado ainda mais”.
O delegado Augusto Soares destacou que, com o resultado do laudo pericial apontando que a morte da travesti Babaluket foi por afogamento, o procedimento, que estava no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi remetido à Delegacia Municipal de São Gonçalo de Amarante, responsável pela área, onde deverá ser finalizado e remetido ao Poder Judiciário.
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