Um grupo de aproximadamente 30 artesãos indígenas da etnia Pitaguary, do município de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, visitou nesta terça-feira, 14, a Central de Artesanato do Ceará. O encontro solicitado pelo Instituto Asas e Raízes, uma organização formada por estudantes indígenas, que promove o etnodesenvolvimento sustentável das comunidades indígenas Pitaguary contou com passeio guiado pelo complexo CeArt, na Praça Luiza Távora, e orientações sobre as ações e benefícios do Programa de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo do Artesanato do Ceará.
Para a gerente de certificação da CeArt, Lúcia Coelho, é fundamental a aproximação do grupo com a CeArt para o fomento do trabalho artesanal indígena. “É de suma importância a vinda do grupo Pitaguary à CeArt para trabalharmos o fazer artesanal com identidade indígena e assim gerar renda para a aldeia”, destaca Lúcia. A maioria dos indígenas já conta com identidade artesanal emitida pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos, por meio da CeArt.
Em agradecimento, o grupo apresentou um dos cantos utilizados em rituais de toré que representam a identidade e resistência indígena. Segundo o diretor do Instituto Asas e Raízes, Paulo Sérgio Pitaguary, são mais de cinco mil indígenas Pitaguary cadastrados que residem entre os municípios de Maracanaú e Pacatuba. “Nosso intuito é que eles conheçam os trabalhos de outros artesãos, recebam um direcionamento da CeArt sobre o que produzem e o que é considerado artesanato e que saibam que o material deles pode chegar até aqui”, explica. “Além disso, queremos trazer o artesanato Pitaguary para as lojas CeArt, então, com esse intercâmbio de conhecimento, eles podem visualizar um universo que estão se inserindo e valorizar o trabalho que eles fazem há tanto tempo e que não é visto como merecem”, afirma o diretor.
A artesã e liderança indígena Mazé Pitaguary, 70, ficou feliz em saber que pode se tornar uma fornecedora de produtos para as lojas da CeArt. “Nós queremos fazer parte disso. Desde criança eu produzo bonecas, colares, cocares e maracas. Estou gostando muito e vou levar essa lembrança para trazer as coisas que eu faço pra cá”, disse.
Flagrou algo? Envie para nós
[ 88 ] 99682-5780
