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Urca recebe cerca de mil fósseis repatriados da França, em ação pioneira no País europeu

Material do período Cretáceo é o maior lote já recuperado pelo Brasil

Um total de 998 peças do período Cretáceo, de 65 a 145 milhões de anos atrás, foi devolvida ao Brasil por autoridades do governo francês, durante cerimônia em Le Havre, na França. O material seguirá para o Ceará, onde será entregue ao Geopark Araripe, entidade vinculada à Secitece por meio da Universidade Regional do Cariri (Urca).

“Missão histórica da nossa Urca, do nosso Geopark Araripe e do nosso Museu de Paleontologia. Com o apoio do Governo do Ceará/Secitece, a estratégia de valorização e proteção do patrimônio científico tem sido uma ação prioritária. Fósseis de raridade científica e que ajudam a contar a história da vida no planeta retornam ao território ambiente dessa história. Uma vitória da ciência interiorizada do Brasil e de grandes parcerias, envolvimento institucional, internacionalização e políticas públicas assertivas”, mencionou o reitor da Urca, Francisco Lima Júnior, em suas redes sociais.

A repatriação é fruto de acordo entre Ministério Público Federal e Justiça francesa. A negociação começou em 2013, quando os fósseis foram descobertos em um contêiner que saiu do Brasil em direção ao país europeu. A justiça francesa determinou a devolução dos fósseis ao Brasil após uma investigação ter confirmado a origem ilegal do material apreendido.




Comitiva brasileira

Da equipe brasileira, estiveram presentes da Universidade o reitor em exercício, Carlos Kleber de Oliveira, o diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, Allysson Pinheiro; o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, Edson Martins; o diretor de Cultura do Geopark Araripe, professor Patrício Melo; e a paleontóloga do Museu de Paleontologia, Marianna Senna, além dos representantes do MPF e outras instituições.

O reitor em exercício Carlos Kleber de Oliveira afirma que essa repatriação significa o retorno desse patrimônio cultural para o Brasil. “São fósseis que apreendidos através de uma operação conjunta, com a justiça brasileira e a francesa, através do governo francês. A partir de agora, as peças serão catalogadas e estudadas pelos cientistas da universidade e na sequência vão para exposição no Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri.

Segundo o diretor do Museu de Paleontologia, esse é um momento único para o Cariri, o Geopark Araripe e o Brasil, recebendo esse material inestimável, fruto de um trabalho em equipe, da Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF), URCA, Museu e Justiça Francesa. “O patrimônio recuperado irá diretamente para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens. Vamos receber esses fósseis, trabalhar cientificamente e apresentar todo ele para a sociedade civil, que a partir daí poderá desfrutar desse bem cultural”, disse o Professor Alysson.


Da esquerda para a direita: pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da Urca, Edmar Martins; diretor do Museu de Paleontologia da Urca Plácido Cidade Nuvens, Allysson Pinheiro; coordenador de Cultura do Geopark Araripe, Patrício Melo; reitor em Exercício da Urca, Carlos Kleber de Oliveira.

O acervo devolvido impressiona pela variedade de peças com fósseis de pterossauros, peixes, plantas, insetos, e outras espécies animais. Serão encaminhadas para o Brasil caixas contendo 345 pedras de animais fossilizados e 648 pequenos quadrados de animais e plantas em formato de fóssil, todos oriundos da Chapada do Araripe, no Cariri cearense.

O secretário de Cooperação Internacional do MPF, Hindemburgo Chateaubriand, destacou que, ao longo de quase uma década de investigação, diante da importância e da complexidade do caso, várias instituições e autoridades brasileiras e francesas se envolveram nas diligências para solucionar a questão. “Deixo aqui registrado o nosso agradecimento pelas contribuições de cada uma delas”, ressaltou Chateaubriand.

Todo o material passou por um inventário jurídico e detalhado do acervo, que antecedeu a cerimônia e contou com a presença de paleontólogos, professores universitários, além de outras autoridades francesas e brasileiras. Também compuseram a comitiva brasileira que acompanhou os trabalhos em Le Havre o ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, o embaixador do Brasil em Paris, Luiz Fernando Serra, a encarregada de negócios do Brasil perante a Unesco, Regiane de Melo.

Sobre o Geopark Araripe

Vinculado à Secitece e Urca, o GeoPark Araripe situa-se no sul do Estado do Ceará, abrangendo os municípios de Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri. O parque mantém um território onde se encontram importantes registros geológicos do período Cretáceo, com destaque para seu conteúdo paleontológico, com fósseis de plantas e animais com registros entre 150 e 90 milhões de anos.

O GeoPark Araripe foi reconhecido em 2006 como o primeiro geoparque das Américas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), obtendo ainda o Selo Verde, que se constitui na melhor escala de avaliação do órgão internacional. De 2015 a 2021, a Secitece investiu cerca de R$ 1,4 milhão para a área de Paleontologia no Cariri.

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Escrito por tvprincesavalenews

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