O artesanato produzido pelos internos artesãos do sistema prisional do Ceará começou a ser comercializado na Universidade de Fortaleza (Unifor), no Centro de Convivência. Os produtos estarão à venda até o dia 31 de maio. O estande funcionará das 8h às 17h.
As habilidades artesanais dos internos são incentivadas pela Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso, através do projeto “Arte em Cadeia” como forma de ocupação, remição de pena, capacitação profissional e geração de renda.
O público poderá conferir e comprar mais de 250 opções variadas de peças produzidas pelos internos de quatro unidades que são responsáveis pela produção dos artigos. Peças como almofadas de chitão, mochilas de patchwork, jogos americanos de vagonite, produtos em ponto cruz, bolsas de macramê e de crochê estarão disponíveis à venda no estande.
A Coordenadora de Inclusão Social do Preso e do Egresso da SAP, Cristiane Gadelha, ressalta que expor os artigos é a parte mais importante do projeto. “A comercialização das peças é uma forma de levar uma noção à sociedade do trabalho desenvolvido dentro das unidades prisionais. O artesanato gera capacitação para essas pessoas e permite que se tornem empreendedores. Esse é o momento de sensibilizar o público universitário para as questões do encarceramento e também da política de ressocialização”, atenta.
O professor e chefe da Divisão de Responsabilidade Social da Vice Reitoria de Extensão, Marcos Holanda, não conhecia o projeto e se surpreendeu. “Quando fui procurado pela CISPE, achei o projeto sensacional. Essa questão da reinserção social dos internos do sistema prisional é muito importante. A qualificação profissional é tudo, pois gera trabalho, renda e desenvolvimento. São essas tipo de ações que vão mudar a realidade dessas pessoas e realmente mostrar o caminho que deve ser seguido”, conclui.
A aluna do curso Arquitetura e Urbanismo, Bianca Farias, comenta sobre o projeto. “Já havia assistido um documentário sobre a importância da reinserção dos internos na sociedade. Com a exposição das peças produzidas pelos internos daqui, me surpreendi com a qualidade e acredito que esse seja o melhor caminho para essas pessoas não retornarem ao mundo da criminalidade”, afirma.
Projeto “Arte em Cadeia”
A arte nas unidades prisionais contribui para o processo de humanização e ressocialização dos internos através dos trabalhos diversificados oferecidos pela Secretaria da Administração Penitenciária. O artesanato tal como outras atividades existentes dentro dos presídios têm reflexo transformador.
O projeto possui a participação de 440 internos na produção, onde sete unidades são beneficiadas. No total, são confeccionadas 2500 peças por mês e distribuídas em quatro pontos de vendas: Emcetur, Centro de Triagem e Observação Criminológica (CTOC), Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa (IPF) e SAP.
A renda arrecadada é revertida em prol do projeto, para a aquisição de mais materiais para a continuidade dos trabalhos.
Os internos artesãos, além de aprenderem uma nova profissão, recebem como benefício a remição de pena de um dia para cada três dias trabalhados na produção. A capacitação, além de preencher de forma funcional o tempo de reclusão, é uma oportunidade de reinserção social.
Flagrou algo? Envie para nós
[ 88 ] 99682-5780