Soldados russos na Ucrânia derrubaram acidentalmente sua própria aeronave, sabotaram seu equipamento e se recusaram a cumprir ordens, afirmou Jeremy Fleming, chefe do serviço de inteligência britânico (GCHQ, na sigla em inglês).
Segundo a emissora britânica Sky News, Fleming disse que os conselheiros do presidente russo, Vladimir Putin, têm medo de lhe dizer a verdade sobre o quão ruim as coisas estão na Ucrânia. O conflito chega nesta quinta-feira (31) ao 36º dia.
“Cada vez mais parece que Putin julgou mal a situação” na Ucrânia, disse ele.
“Vimos soldados russos -com falta de armas e moral- se recusando a cumprir ordens, sabotando seu próprio equipamento e até derrubando acidentalmente sua própria aeronave”, revelou. Ele não ofereceu nenhuma evidência ou mais detalhes sobre o assunto.
Na avaliação de Fleming, Putin julgou mal a resistência ucraniana, subestimou a força da resposta ocidental e as consequências econômicas.
Na mesma linha, a Casa Branca, com base em relatórios desclassificados de inteligência, também disse, ontem, que Putin está mal informado sobre o desenvolvimento da guerra e suas relações com seu Estado-Maior se deterioraram.
Em um raro discurso público feito hoje na Austrália, o oficial sênior de inteligência britânica também disse o Grupo Wagner, formado por mercenários fortemente armados e com experiência de combate na África Subsaariana, Líbia e Síria, está preparado para “enviar um grande número de pessoal para a Ucrânia para lutar ao lado dos russos”.
Putin assinou nesta quinta-feira um decreto ordenando a convocação de 134.500 novos recrutas para o Exército da Rússia. Segundo a agência Reuters, o Ministério da Defesa russo disse que a convocação não tem relação com a guerra. Em 9 de março, porém, o ministério reconheceu que alguns recrutas foram enviados para a Ucrânia.
Do lado ucraniano, sem notar uma diminuição na atividade militar da Rússia, o Ministério da Defesa da Ucrânia observa um “movimento de equipamentos militares” das forças russas em Belarus, país, em sua fronteira, que é aliado dos russos. Para o ministério, isso acontece “provavelmente com o objetivo de reagrupar unidades, além de criar uma reserva para repor perdas em mão de obra, armas e equipamentos de grupos operando na Ucrânia”.
“Os principais esforços do inimigo estão focados em manter as fronteiras ocupadas, preparando a retomada das operações ofensivas em certas áreas, e estabelecendo o controle total sobre o território das regiões de Donetsk e Lugansk”, disse o ministério ucraniano, citando as regiões separatistas líderes pró-Rússia reivindicam avanços nessa áreas. A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também espera mais ataques. Nesta sexta-feira (1º), russos e ucranianos devem ter mais uma reunião para negociações.
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