Em um ano e meio de pandemia, onde era proibido abrir bares, Helano Moreira subiu ao palco 289 vezes, se tornando o artista nordestino que mais fez lives. “Para não “passar fome ou ir a falência”, conta, hoje, com alegria.
“Os amigos e admiradores nunca me faltaram. Todos os dias, faturava para sobreviver, manter as contas em dia”, relata o cantor, que é dono do Bar do Helano, onde se apresenta como cover, a cada 15 dias. “As outras datas são para amigos, que cantam na noite”, conta.
Há 15 anos, Helano virou cover de Roberto Carlos, Waldick Soriano e Cauby Peixoto e, na pandemia, passou a interpretar o roqueiro Raul Seixas, com quem se identifica.
“Esses quatro personagens tem muito à ver com a minha vida. Passei por tudo, hoje, sou feliz”, conta. Helano, se tornou proprietário do imóvel do bar e fez subir um prédio de três andares, onde, agora, também, mora, com grande conforto. “Nem sempre foi assim”, fala emocionado, sempre agradecendo aos amigos.
Ele conta que as lives eram feitas entre o balcão do bar e a porta da rua, com a geladeira de fundo, um “palco” com espaço pequeno, mas o suficiente para instalar o microfone, caixa de som, um aparelho para disparar o áudio e a imagem do celular em vídeo na internet. “Fazia tudo só”, explica.
Helano medita, para um pouco e diz, chorando: “Foi meu maior desafio. Cantava e escondia o nome dos amigos que eram mortos por essa doença maldita. Em vez de anunciar mortes, mandava um abraço para todos que iam embora”, fala em lágrimas. “Nunca fui contra as medidas do governo, sabia que eram importantes”, desabafa, lamentando a morte dos que desafiaram a Covid-19.
Helano Moreira não esconde seu prazer por cultura e música, apesar do pouco que estudou na vida. “Fui criado para a vida. Saí de Limoeiro do Norte, para conquistar um espaço, e estou aqui, ao lado de Eliete, “a companheira que sempre amei e sonhei”.
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